07 maio 2015

Termorregulação

John B. Messenger

Embora todos os animais sejam sensíveis à temperatura, conhecemos muito pouco sobre as células que mediam especificamente a sensação térmica. [...]

As cascavéis e os pitonídeos possuem terminações nervosas altamente sensíveis ao calor radiante. São distribuídas em uma fina membrana situada em duas fossas, uma em cada lado da cabeça, entre o olho e a narina [...]. As terminações freqüentemente se expandem em placas e pode haver mais de 1.000 delas por mm2. O que é notável é que elas são menos susceptíveis à temperatura que a alterações de temperatura, notadamente a aumentos gradativos, da ordem de 0,03 °C. Isso capacita as [serpentes] a detectarem as presas pela radiação infravermelha que emitem: em um experimento, descobriu-se que uma Boa era capaz de detectar um rato vivo a 18 cm mesmo quando este elevava a temperatura em apenas 0,1 ºC. Ademais, as [serpentes] conseguem isso com olhos vendados e as narinas obstruídas; mas não se as fossas estiverem cobertas. Recentemente, demonstrou-se que os neurônios sensíveis ao infravermelho têm projeções no teto óptico [...], em um conjunto topologicamente ordenado que é especialmente semelhante às projeções visuais.

Fonte: Messenger, J. B. 1980. Nervos, cérebro e comportamento. São Paulo: EPU & Edusp.

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