De amor e vinho
José Eduardo Degrazia
Sinto o frutado do jardim mais próximo,
lembrando vinhos frágeis, e bebidos
ao pé da serra, prova, linhos, ninhos,
asa de pássaro fulgente, cimo.
O vento mais quente de avaras chuvas
desenha nas parreiras móveis sonhos,
minha amada bela, vária, nua,
vai beber do cálice o vinho puro.
A tarde desce lenta, luz de estrela
nova a pascer entre as ovelhas, sono,
pintura suave, tinta sobre tela.
À sombra do parreiral eu colho ervas,
que deposito amante nos teus seios,
para ir ao fim sabendo usar os meios.
Fonte: Horta, A. B. 2016. Do que é feito o poeta. Brasília, Thesaurus. Poema publicado em livro em 2011.
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