30 novembro 2021

Os nematomorfos

Ricardo Massato Takemoto

Os Nematomorpha (do grego, nema = ‘fio’; morphe = ‘forma’) são conhecidos popularmente como cabelo ou verme crina de cavalo, isto porque podem apresentar de 1 a 3 mm de diâmetro e até 1 metro de comprimento. A semelhança dos nematomorfos com um pelo da crina do cavalo é tão grande que se pensava que eles poderiam surgir espontaneamente quando um pelo caía na água. Esta ideia era reforçada pelo fato de ser comum encontrar estes animais nos tanques nos quais os cavalos bebem água.

São conhecidas apenas cinco espécies marinhas. Em água doce, existem aproximadamente 330 espécies de nematomorfos, mas estima-se que possam existir cerca de 2.000 espécies.

Fonte: Takemoto, R. M. 2016. In: Fransozo, A. & Negreiros-Fransozo, M. L., orgs. Zoologia dos invertebrados. RJ, Roca.

28 novembro 2021

Dezembro

David Mourão Ferreira

A esta
mesma
hora
em cada
cerro

um piano
se exalta
na agonia

Tarde
após tarde
cada vez
mais
cedo

nas suas
teclas
pretas
morre
o dia

Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1980.

26 novembro 2021

Rubiáceas: Alguns exemplos

Aylthon Brandão Joly

Compreende esta família cerca de 500 gêneros e aproximadamente 7.000 espécies, sendo portanto uma das maiores famílias de angiospermas. [...]

Exemplos comuns entre nós são Borreria, Diodia e Richardia (Richardsonia), estas conhecidas por poaia, que são subarbustos ou ervas dos campos e de terrenos baldios. Relbunium é semitrepadeira dos lugares úmidos, com frutos cor de laranja e brancos. Manettia, trepadeira da mata, com lindas flores amarelo-vermelhas. Bathysa é árvore pequena da mata pluvial, conhecida por suas enormes folhas, a popular caá-açu. A venenosa erva-de-rato pertence ao gênero PsychotriaPalicourea é o gênero ao qual pertence a gritadeira ou douradinha dos cerrados, onde também se encontram espécies de Tocoyena com frutos grandes semicarnosos; outras espécies deste mesmo gênero habitam as matas da restinga e da zona litorânea; o marmelinho (Alibertia) do cerrado pertence também a esta família. Genipa é o gênero do conhecido jenipapo, com frutos do tamanho de uma laranja com polpa comestível, é frequente no Nordeste. Posoqueria é a fruta-de-macaco da mata tropical, com sementes que se assemelham a pedregrulho de quartzo, produz enormes flores. Cinchona, a planta produtora natural de quinino, pertence a esta família, é a quineira. Cephaelis é o gênero da ipeca ou ipecacunha que é uma planta medicinal também. Calycophyllum é o gênero do imponente pau-mulato. Coffea, gênero nativo da África, com uma espécie, C. arabica, extensamente cultivada entre nós, é a principal fonte de divisas do Brasil. Diversas variedades produzem vários tipos de café. Dentre as flores destacam-se a gardênia (Gardenia), jasmim-do-cabo e Ixora, com suas inflorescências arredondadas de cores vistosas, é frequente nos jardins.

Fonte: Joly, A. B. 1976. Botânica: Introdução à taxonomia vegetal, 3ª ed. SP, Nacional & Edusp.

24 novembro 2021

Os métodos e limites do conhecimento científico

Pierre Auger

Muitas vezes foram ridicularizados os cientistas e suas construções mais ou menos abstratas, porque de ano para ano (e algumas vezes de dia para dia) viam-se cair algumas de suas hipóteses, substituídas por ideias consideradas melhores. Como dar crédito a esta ou àquela nova teoria, uma vez que a vemos substituir alegremente a teoria precedente que se encontra abandonada? Tal é o preço da objetividade e da universalidade. Inversamente, vemos ideias como aquelas que se encontram na base do espiritismo, da telepatia, da astrologia, resistir a todos os assaltos da ciência e a numerosas ministrações da prova do contrário. Essas não lhe são simplesmente sensíveis devido ao seu dispositivo de seleção. Há, atualmente, pessoas que aparecem nos laboratórios de física para falar de raios N. Contudo, trata-se no caso de resultados obtidos por homens de ciência, e cuja falsidade foi comprovada algum tempo depois; para os cientistas, tais acontecimentos são normais e não deixam dúvidas: abandonaram-se simplesmente tais ideias. Mas os não cientistas não são sensíveis, de igual maneira, à prova do contrário, podendo continuar a falar de raios N, ou a desaprovar os raios mitogenéticos sem se inquietar. Inversamente, jamais verão um homem de ciência afirmar que o sistema de Ptolomeu proporciona o verdadeiro mecanismo do sistema solar.

[...] Gostaria de citar a propósito um fato pessoal que me impressionou muito. Tendo proferido no Centre Universitaire Méditerranéen, em Nice, duas conferências sobe raios cósmicos (é inútil dizer que na segunda o público era menos numeroso do que na primeira), um dos ouvintes me procurou ao fim da palestra e me disse: “Gostaria de dizer-lhe o que penso da vida”. Explicou-me então que concebia a vida como “turbilhões de raios cósmicos”. Daí por que vinha falar-me disso. Como eu mostrasse um ar algo espantado, observou-me vivamente: “Não pretendo convencê-lo, mas essa teoria me satisfaz; explico a mim mesmo a vida pelos turbilhões de raios cósmicos, e isso me contenta”. Depois apressou-se em partir, no temor de que eu procurasse demonstrar-lhe a inanidade de sua teoria. Precisava falar-me para ter o prazer da sensação de exprimir uma vez mais a sua teoria; logo aprestou-se em guardar de novo o su tesouro e fugir com ele.

Fonte: Born, M. & mais 3 1969 [1961]. Problemas da física teórica. SP, Perspectiva.

21 novembro 2021

As duas irmãs


Théodore Chassériau (1819-1856). Les deux sœurs. 1843.

Fonte da foto: Wikipedia.

19 novembro 2021

Problemas de sobrealimentación

T. Geoffrey Taylor

Se dice que la obesidad es el tipo de malnutrición más predominante en las sociedades desarroladas y que constituye un problema médico y de salud pública importante. Esta creencia surge, en su mayor parte, de los datos de mortalidad publicados por compañías de seguros de vida que muestran que las personas con exceso de peso tienen una mortalidad más alta, y que es más o menos proporcional al exceso de peso. (Por ejemplo, un exceso de mortalidad de un 15% quiere decir que por cada 100 personas de peso normal de cierta edad y sexo que mueren en un año, morirán 115 personas de la misma edad y sexo con exceso de peso.)

Fonte: Taylor, T. G. 1983 [1978]. Nutrición y salud. Barcelona, Omega.

17 novembro 2021

Corrida maluca: Quem é o segundo pior mandatário do país?

Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala global, já são 253 milhões de casos e 5,1 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento (casos e mortes). Ambas subiram na semana passada. Entre 8 e 14/11, essas taxas ficaram em 0,0505% (casos) e 0,0430% (mortes). É preocupante. E deveria fazer com que muitos dos nossos governantes (prefeitos e governadores) parassem para pensar nas bobagens que estão a promover. É imperioso manter as medidas de proteção, como o uso generalizado de máscaras, e, sobretudo, acelerar o ritmo da campanha de vacinação.

*

1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.

Levando em conta as estatísticas obtidas na manhã desta segunda-feira (15/11) [1], eis um balanço momentâneo da situação mundial.

(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 76% dos casos (de um total de 253.442.315) e 76% das mortes (de um total de 5.103.223) [3].

(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade segue em 2%. A taxa brasileira segue em 2,8%. (Outros dois países da América do Sul que seguem no topo da lista têm taxas menores: Argentina, 2,2%; e Colômbia, 2,5%.)

(C) Nesses 20 países, receberam alta 174 milhões de indivíduos, o que corresponde a 90% dos casos. Em escala global, 230 milhões de indivíduos já receberam alta [4].

2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados ontem (14/11) em todo o país mais 4.129 casos e 61 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 21.957.967 casos e 611.283 mortes.

Na semana encerrada ontem (8-14/11), foram registrados 77.528 novos casos – um aumento superior a 11% em relação ao total (69.584) da semana anterior.

E o pior: lamentavelmente, foram registradas 1.836 mortes – um aumento de 13% em relação ao total (1.623) da semana anterior.

3. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes.

Contrariando as tendências das três semanas anteriores, ambas as taxas subiram (ver a figura que acompanha este artigo). Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos subiu de 0,0455% (1-7/11) para 0,0505% (8-14/11) [6].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, subiu de 0,0381% (1-7/11) para 0,0430% (8-14/11).

*


FIGURA. Comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 11/7 e 14/11/2021. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso. As retas expressam a trajetória média de cada uma das taxas.

*

4. CODA.

Os valores das taxas (casos e mortes) subiram, interrompendo assim trajetórias declinantes que já duravam três semanas (ver a figura que acompanha este artigo).

É preocupante. E deveria fazer com que as autoridades (prefeitos e governadores) parassem para pensar nas bobagens que estão a promover.

O governo do Distrito Federal, por exemplo, resolveu suspender a divulgação de estatísticas nos fins de semana. (A mesma tolice que, semanas atrás, o governo de Minas Gerais havia anunciado que faria.) Não é só uma demonstração de preguiça, é também uma insanidade.

Mas há exemplos ainda piores.

Muitos governantes (prefeitos e governadores), por exemplo, estão querendo suspender de vez as medidas de proteção (e.g., o uso de máscara). (Eu diria que esses governantes estão em uma corrida maluca. Corrida cujos participantes são candidatos ao título de segundo pior mandatário em atividade no país.)

É uma irresponsabilidade. E um grave retrocesso. Veja o que se passa em Portugal e no Chile. Os dois países acabam de experimentar recrudescimentos na taxa de crescimento no número de casos, mesmo com percentuais de cobertura vacinal da população bem superiores aos nossos. E qual seria a razão de tais recrudescimentos? Não é difícil adivinhar – suspensão ou relaxamento das medidas de proteção (e.g., barreiras sanitárias e uso de máscara).

De resto, não custa repetir: Para vislumbramos de fato o ‘fim da pandemia’, é imperioso (1) manter as medidas de proteção (e.g., uso generalizado de máscaras) e, sobretudo, (2) acelerar o ritmo da campanha de vacinação [8].

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em sete grupos: (a) Entre 46 e 48 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 34 e 36 milhões – Índia; (c) Entre 20 e 22 milhões – Brasil; (d) Entre 8 e 10 milhões – Reino Unido, Rússia e Turquia; (e) Entre 6 e 8 milhões – França e Irã; (f) Entre 4 e 6 milhões – Argentina, Alemanha, Espanha, Colômbia, Itália e Indonésia; e (g) Entre 2 e 4 milhões – México, Ucrânia, Polônia, África do Sul, Filipinas e Malásia.

Analisando as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis como está a situação mundial: (i) em números absolutos, os EUA seguem na liderança, com 2,106 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Reino Unido (1,12 milhão de casos), Rússia (1,05 milhão), Turquia (755 mil) e Alemanha (674 mil). O Brasil (313 mil) está em oitavo lugar; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pelos EUA (37 mil); em seguida aparecem Rússia (31,3 mil), Ucrânia (16,9 mil), Índia (11,4 mil) e Romênia (11,3 mil). O Brasil (8 mil) segue em sexto lugar.

Em termos macrogeográficos, a região que mais preocupa hoje segue sendo o Leste Europeu. Ali, além de Rússia, Ucrânia e Polônia, as estatísticas de vários outros países ainda estão a escalar. Todavia, escaladas nas estatísticas (notadamente no número de casos) seguem sendo observadas em vários outras regiões da Europa – e.g., em países do oeste (e.g., Alemanha, Países Baixos, Bélgica e Áustria) e do norte (e.g., Dinamarca, Noruega e Finlândia).

Relaxamento precoce. Com o aumento da cobertura vacinal, as estatísticas tendem (quase que inevitavelmente) a recuar. Em alguns casos, porém, tal resultado tem levado à adoção de medidas equivocadas e precipitadas – e.g., suspensão do uso de máscaras e relaxamento das barreiras sanitárias em portos e aeroportos. E aí acontece o que vem acontecendo: as estatísticas tornam a escalar. É o que estamos assistindo em países do oeste da Europa, por exemplo. Considere os casos de Portugal e do Chile (ver o texto).

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.

[5] Ouso dizer que a pandemia chegará ao fim sem que a imprensa brasileira se dê conta de que está a monitorar a pandemia de um jeito, digamos, desfocado – além de burocrático e superficial. Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento – seja do número de casos, seja do número de mortes. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, em escala mundial e nacional, ver a referência citada na nota 3.

[6] Entre 19/10/2020 e 14/11/2021, as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,40% (26/10-1/11), 0,30% (2-8/11), 0,49% (9-15/11), 0,50% (16-22/11), 0,56% (23-29/11), 0,64% (30-6/12), 0,63% (7-13/12), 0,68% (14-20/12), 0,48% (21-27/12), 0,47% (28/12-3/1), 0,67% (4-10/1), 0,66% (11-17/1), 0,59% (18-24/1), 0,57% (25-31/1), 0,49%(1-7/2), 0,46% (8-14/2), 0,48% (15-21/2), 0,53% (22-28/2), 0,62% (1-7/3), 0,59% (8-14/3), 0,63% (15-21/3), 0,63% (22-28/3), 0,50% (29/3-4/4), 0,54% (5-11/4), 0,48% (12-18/4), 0,4026% (19-25/4), 0,4075% (26/4-2/5), 0,4111% (3-9/5), 0,4114% (10-16/5), 0,4115% (17-23/5), 0,38% (24-30/5), 0,37% (31/5-6/6), 0,39% (7-13/6), 0,4174% (14-20/6), 0,39% (21-27/6), 0,27% (28/6-4/7), 0,2419% (5-11/7), 0,21% (12-18/7), 0,23% (19-25/7), 0,1802% (26/7-1/8), 0,1621% (2-8/8), 0,14% (9-15/8), 0,1444% (16-22/8), 0,1183% (23-29/8), 0,1023% (30/8-5/9), 0,0744% (6-12/9), 0,1625% (13-19/9), 0,0753% (20-26/9), 0,0775% (27/9-3/10), 0,0715% (4-10/10), 0,0454% (11-17/10), 0,0562% (18-24/10), 0,0532% (25-31/10), 0,0455% (1-7/11) e 0,0505% (8-14/11); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11), 0,29% (16-22/11), 0,3% (23-29/11), 0,34% (30-6/12), 0,36% (7-13/12), 0,42% (14-20/12), 0,33% (21-27/12), 0,36% (28/12-3/1), 0,51% (4-10/1), 0,47% (11-17/1), 0,48% (18-24/1), 0,48% (25-31/1), 0,44%(1-7/2), 0,47% (8-14/2), 0,43% (15-21/2), 0,48% (22-28/2), 0,58% (1-7/3), 0,68% (8-14/3), 0,79% (15-21/3), 0,86% (22-28/3), 0,86% (29/3-4/4), 0,91% (5-11/4), 0,80% (12-18/4), 0,66% (19-25/4), 0,60% (26/4-2/5), 0,51% (3-9/5), 0,45% (10-16/5), 0,43% (17-23/5), 0,40% (24-30/5), 0,35% (31/5-6/6), 0,4171% (7-13/6), 0,4175% (14-20/6), 0,33% (21-27/6), 0,30% (28/6-4/7), 0,23% (5-11/7), 0,23% (12-18/7), 0,20% (19-25/7), 0,1785% (26/7-1/8), 0,1613% (2-8/8), 0,1492% (9-15/8), 0,1367% (16-22/8), 0,1185% (23-29/8), 0,1062% (30/8-5/9), 0,07870% (6-12/9), 0,0947% (13-19/9), 0,0890% (20-26/9), 0,0840% (27/9-3/10), 0,0730% (4-10/10), 0,0539% (11-17/10), 0,0558% (18-24/10), 0,0513% (25-31/10), 0,0381% (1-7/11) e 0,0430% (8-14/11).

Não custa lembrar: Os valores acima são as médias semanais de uma taxa que, por razões metodológicas, está a oscilar ao longo da semana. Para fins de monitoramento, é importante ficar de olho nas taxas de crescimento (casos e mortes), não em valores absolutos. Considere uma taxa de crescimento de 0,5%. Se o total de casos no dia 1 está em 100.000, no dia 2 estará em 100.500 (= 100.000 x 1,005) e no dia 8 (sete dias depois), em 103.553 (= 100.000 x 1,0057; um acréscimo de 3.553 casos em relação ao dia 1); se o total no dia 1 está em 4.000.000, no dia 2 estará em 4.020.000 e no dia 8, em 4.142.118 (acréscimo de 142.118); se o no dia 1 o total está em 10.000.000, no dia 2 estará em 10.050.000 e no dia 8, em 10.355.294 (acréscimo de 355.294). Como se vê, embora os valores absolutos dos acréscimos referidos acima sejam muito desiguais (3.553, 142.118 e 355.294), todos equivalem ao mesmo percentual de aumento (~3,55%) em relação aos respectivos valores iniciais.

[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referência citada na nota 3.

[8] O ritmo da campanha de vacinação caiu muitíssimo. Levamos 34 dias (24/8-27/9) para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (E hoje, 15/11, ainda estamos empacados nos 76%!) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.

* * *

14 novembro 2021

O óbvio

Alexei Bueno

Nosso tempo ficou lá,
  Lá atrás, lá atrás,
E nunca mais voltará,
  Jamais, jamais.

Nosso coro de uivos e ais
  Não poderá
Nunca acordar o que jaz
  No que não há.

Este é o lance mais atroz
  Que nos dispôs
A vida, a farsa sagaz.

  Que ande, veloz,
Para a glória, o fogo, a paz...
  Tudo, não nós.

Fonte: Gomes, J. A. 2019. IX coletânea século XXI. Volta Redonda, PoeArt.

13 novembro 2021

15 anos e um mês no ar

F. Ponce de León

Nessa sexta-feira, 12/11, o Poesia contra a guerra completou 15 anos e um mês no ar.

Desde o balanço anterior – ‘Aniversário de 15 anos’ – foram publicados aqui pela primeira vez textos dos seguintes autores: Ana Paula Ferreira, Ângela Alves Crispim, Henrique Couto Teixeira, John R. Grehan, Nelson Goodman, Pedro W. Gonçalves, Roberto Perez Xavier e Solange Terezinha de Lima. Além de outros que já haviam sido publicados antes.

Cabe ainda registrar a publicação de imagens de obras dos seguintes pintores: Henrique Pousão, João António Correia e José Júlio de Souza Pinto.

10 novembro 2021

Sol e lua

Angela Alves Crispim

Você é o sol e eu sou a lua.
Você é energia e eu sou o sonho.
Você brilha e eu mostro o seu reflexo.
Você é uma estrela média no espaço.
Eu sou um satélite natural da Terra.
A Terra gira em torno do Sol
E a Lua em torno da Terra.
Você é energia, calor, vida radiante.
Eu sou o corpo celeste brilhante.
Você ilumina durante o dia.
Eu brilho durante a noite.
Você é o acordar, o amanhecer, o real.
Eu sou o entardecer, anoitecer e a ilusão.
Você me ilumina e eu o reflito.
E ambos giramos em uma galáxia
Com um princípio, meio e fim.

Fonte: Crispim, A. A. 2021. A teia da vida. Volta Redonda, PoeArt.

08 novembro 2021

A vacinação, o uso de máscara e a luz no fim do túnel

Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala global, já são 250 milhões de casos e 5,05 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento (casos e mortes). Ambas seguem em trajetórias declinantes. Entre 1 e 7/11, essas taxas ficaram em 0,0455% (casos) e 0,0381% (mortes). Este último é o valor mais baixo desde o início da pandemia. Mas não devemos nos iludir nem nos precipitar. É imperioso manter as medidas de proteção, como o uso generalizado de máscaras, e, sobretudo, acelerar o ritmo da campanha de vacinação. Dito isso, não há dúvida de que a verdade da vacinação está a derrotar as mentiras que semearam tantas mortes e tanto sofrimento entre nós. A luz no fim do túnel está próxima.

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1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.

Levando em conta as estatísticas obtidas na manhã desta segunda-feira (8/11) [1], eis um balanço momentâneo da situação mundial.

(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 76% dos casos (de um total de 249.990.033) e 76% das mortes (de um total de 5.051.520) [3].

(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade segue em 2%. A taxa brasileira segue em 2,8%. (Outros dois países da América do Sul que seguem no topo da lista têm taxas menores: Argentina, 2,2%; e Colômbia, 2,5%.)

(C) Nesses 20 países, receberam alta 172 milhões de indivíduos, o que corresponde a 91% dos casos. Em escala global, 227 milhões de indivíduos já receberam alta [4].

2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados ontem (7/11) em todo o país mais 6.115 casos e 59 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 21.880.439 casos e 609.447 mortes.

Na semana encerrada ontem (1-7/11), foram registrados 69.584 novos casos – uma queda de 14% em relação ao total (81.092) da semana anterior.

Lamentavelmente, porém, ainda foram registradas 1.623 mortes – uma queda de quase 26% em relação ao total (2.180) da semana anterior.

3. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes.

Ambas as taxas seguem em trajetórias declinantes (ver a figura que acompanha este artigo). Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,0532% (25-31/10) para 0,0455% (1-7/11) [6].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, caiu de 0,0513% (25-31/10) para 0,0381% (1-7/11) [6, 7]. Este último é o valor mais baixo desde o início da pandemia.

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FIGURA. Comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 11/7 e 7/11/2021. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso. As retas expressam a trajetória média de cada uma das taxas.

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4. CODA.

Os valores das taxas (casos e mortes) seguem em trajetórias declinantes (ver a figura que acompanha este artigo). É uma boa notícia, em dúvida.

Mas não devemos nos iludir nem nos precipitar.

Em primeiro lugar, porque estamos atrasados. A taxa de crescimento no número de casos, por exemplo, já deveria estar próxima de 0,02% (ver aqui) – i.e., menos da metade do valor atual. No caso do número de mortes, a taxa já deveria estar abaixo de 0,02% – i.e., pouco mais da metade do valor atual.

Em segundo lugar, porque as tendências declinantes não são definitivas nem irreversíveis. Para vislumbramos de fato o ‘fim da pandemia’, é imperioso (1) manter as medidas de proteção (e.g., uso generalizado de máscaras) e, sobretudo, (2) acelerar o ritmo da campanha de vacinação [8].

Dito isso, não há dúvida de que a verdade da vacinação está a derrotar as mentiras que semearam tantas mortes e tanto sofrimento entre nós. A luta pela vida e pelo bem comum está a derrotar os ególatras, os impostores e os malandros que mentem, torturam e matam.

A luz no fim do túnel está próxima.

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em sete grupos: (a) Entre 46 e 48 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 34 e 36 milhões – Índia; (c) Entre 20 e 22 milhões – Brasil; (d) Entre 8 e 10 milhões – Reino Unido, Rússia e Turquia; (e) Entre 6 e 8 milhões – França; (f) Entre 4 e 6 milhões – Irã, Argentina, Espanha, Colômbia, Itália, Alemanha e Indonésia; e (g) Entre 2 e 4 milhões – México, Ucrânia, Polônia, África do Sul, Filipinas e Malásia.

Analisando as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis como está a situação mundial: (i) em números absolutos, os EUA seguem na liderança, com 2,114 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Reino Unido (1,154 milhão de casos), Rússia (993 mil), Turquia (789 mil), e Ucrânia (561 mil). O Brasil (304 mil) segue em nono lugar; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pelos EUA (40 mil); em seguida aparecem Rússia (29,7 mil), Ucrânia (14,3 mil), Romênia (11,3 mil) e Índia (10,3 mil). O Brasil (8,4 mil) está em sexto lugar.

Em termos macrogeográficos, a região que mais preocupa hoje segue sendo o Leste Europeu. Ali, além de Rússia, Ucrânia e Romênia, as estatísticas de vários outros países ainda estão a escalar. Todavia, escaladas nas estatísticas (notadamente no número de casos) estão sendo observadas em vários outras regiões da Europa – e.g., em países do oeste (e.g., Alemanha, Países Baixos, Bélgica e Áustria) e do norte (e.g., Dinamarca, Noruega e Finlândia).

Relaxamento precoce. Com o aumento da cobertura vacinal, as estatísticas tendem (quase que inevitavelmente) a recuar. Em alguns casos, porém, tal resultado tem levado à adoção de medidas equivocadas e precipitadas – e.g., suspensão do uso de máscaras e relaxamento das barreiras sanitárias em portos e aeroportos. E aí acontece o que vem acontecendo: as estatísticas tornam a escalar. É o que estamos assistindo em países do oeste da Europa, por exemplo. Considere o caso de Portugal. Mesmo com a segunda maior cobertura vacinal de todo o mundo (em 1/11: ~89% da população vacinados com ao menos uma dose e ~87% vacinados com duas doses [sobre os percentuais, ver nota 8]), atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos, a média móvel do número de casos por lá subiu nas últimas semanas. Algo semelhante ocorreu em outros países que estão à nossa frente em termos de cobertura vacinal, como o Chile (~86% e ~80%) e o Uruguai (~79% e ~75%).

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.

[5] Ouso dizer que a pandemia chegará ao fim sem que a imprensa brasileira se dê conta de que está a monitorar a pandemia de um jeito, digamos, desfocado – além de burocrático e superficial. Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento – seja do número de casos, seja do número de mortes. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, em escala mundial e nacional, ver a referência citada na nota 3.

[6] Entre 19/10/2020 e 31/10/2021, as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,40% (26/10-1/11), 0,30% (2-8/11), 0,49% (9-15/11), 0,50% (16-22/11), 0,56% (23-29/11), 0,64% (30-6/12), 0,63% (7-13/12), 0,68% (14-20/12), 0,48% (21-27/12), 0,47% (28/12-3/1), 0,67% (4-10/1), 0,66% (11-17/1), 0,59% (18-24/1), 0,57% (25-31/1), 0,49%(1-7/2), 0,46% (8-14/2), 0,48% (15-21/2), 0,53% (22-28/2), 0,62% (1-7/3), 0,59% (8-14/3), 0,63% (15-21/3), 0,63% (22-28/3), 0,50% (29/3-4/4), 0,54% (5-11/4), 0,48% (12-18/4), 0,4026% (19-25/4), 0,4075% (26/4-2/5), 0,4111% (3-9/5), 0,4114% (10-16/5), 0,4115% (17-23/5), 0,38% (24-30/5), 0,37% (31/5-6/6), 0,39% (7-13/6), 0,4174% (14-20/6), 0,39% (21-27/6), 0,27% (28/6-4/7), 0,2419% (5-11/7), 0,21% (12-18/7), 0,23% (19-25/7), 0,1802% (26/7-1/8), 0,1621% (2-8/8), 0,14% (9-15/8), 0,1444% (16-22/8), 0,1183% (23-29/8), 0,1023% (30/8-5/9), 0,0744% (6-12/9), 0,1625% (13-19/9), 0,0753% (20-26/9), 0,0775% (27/9-3/10), 0,0715% (4-10/10), 0,0454% (11-17/10), 0,0562% (18-24/10), 0,0532% (25-31/10) e 0,0455% (1-7/11); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11), 0,29% (16-22/11), 0,3% (23-29/11), 0,34% (30-6/12), 0,36% (7-13/12), 0,42% (14-20/12), 0,33% (21-27/12), 0,36% (28/12-3/1), 0,51% (4-10/1), 0,47% (11-17/1), 0,48% (18-24/1), 0,48% (25-31/1), 0,44%(1-7/2), 0,47% (8-14/2), 0,43% (15-21/2), 0,48% (22-28/2), 0,58% (1-7/3), 0,68% (8-14/3), 0,79% (15-21/3), 0,86% (22-28/3), 0,86% (29/3-4/4), 0,91% (5-11/4), 0,80% (12-18/4), 0,66% (19-25/4), 0,60% (26/4-2/5), 0,51% (3-9/5), 0,45% (10-16/5), 0,43% (17-23/5), 0,40% (24-30/5), 0,35% (31/5-6/6), 0,4171% (7-13/6), 0,4175% (14-20/6), 0,33% (21-27/6), 0,30% (28/6-4/7), 0,23% (5-11/7), 0,23% (12-18/7), 0,20% (19-25/7), 0,1785% (26/7-1/8), 0,1613% (2-8/8), 0,1492% (9-15/8), 0,1367% (16-22/8), 0,1185% (23-29/8), 0,1062% (30/8-5/9), 0,07870% (6-12/9), 0,0947% (13-19/9), 0,0890% (20-26/9), 0,0840% (27/9-3/10), 0,0730% (4-10/10), 0,0539% (11-17/10), 0,0558% (18-24/10), 0,0513% (25-31/10) e 0,0381% (1-7/11).

Não custa lembrar: Os valores acima são as médias semanais de uma taxa que, por razões metodológicas, está a oscilar ao longo da semana. Para fins de monitoramento, é importante ficar de olho nas taxas de crescimento (casos e mortes), não em valores absolutos. Considere uma taxa de crescimento de 0,5%. Se o total de casos no dia 1 está em 100.000, no dia 2 estará em 100.500 (= 100.000 x 1,005) e no dia 8 (sete dias depois), em 103.553 (= 100.000 x 1,0057; um acréscimo de 3.553 casos em relação ao dia 1); se o total no dia 1 está em 4.000.000, no dia 2 estará em 4.020.000 e no dia 8, em 4.142.118 (acréscimo de 142.118); se o no dia 1 o total está em 10.000.000, no dia 2 estará em 10.050.000 e no dia 8, em 10.355.294 (acréscimo de 355.294). Como se vê, embora os valores absolutos dos acréscimos referidos acima sejam muito desiguais (3.553, 142.118 e 355.294), todos equivalem ao mesmo percentual de aumento (~3,55%) em relação aos respectivos valores iniciais.

[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referência citada na nota 3.

[8] O ritmo da campanha de vacinação caiu muitíssimo. Levamos 34 dias (24/8-27/9) para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (E hoje, 8/11, mal passamos dos 76%!) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.

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06 novembro 2021

Scarborough fair

Tradicional inglês

“O, where are you going?” “To Scarborough fair,”
Savoury sage, rosemary, and thyme;
“Remember me to a lass who lives there,
For once she was a true love of mine.

“And tell her to make me a cambric shirt,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
Without any seam or needlework,
And then she shall be a true love of mine.

“And tell her to wash it in yonder dry well,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
Where no water sprung, nor a drop of rain fell,
And then she shall be a true love of mine.

“Tell her to dry it on yonder thorn,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
Which never bore blossom since Adam was born,
And then she shall be a true love of thine.

“O, will you find me an acre of land,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
Between the sea foam, the sea sand,
Or never be a true lover of mine.

“O, will you plough it with a ram’s horn,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
And sow it all over with one peppercorn,
Or never be a true lover of mine.

“O, will you reap it with a sickle of leather,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
And tie it all up with a peacock’s feather,
Or never be a true lover of mine.

“And when you have done and finished your work,
Savoury sage, rosemary, and thyme,
You may come to me for your cambric shirt,
And them you shall be a true lover of mine.”

Fonte (estrofes 1, 2, 5 e 7): encarte que acompanha o álbum duplo The concert in Central Park (1981), de Simon & Garfunkel. Inspirada em versos de uma cantiga folclórica medieval (a versão inglesa reproduzia acima data do século 19), a versão de Paul Simon foi originalmente gravada pela dupla em 1966.

03 novembro 2021

Panbiogeografia

John R. Grehan

A diferenciação biológica é o processo espacial e temporal ao qual se dedica a pesquisa da biogeografia evolutiva. Esta área de pesquisa, ao mesmo tempo fascinante e desafiadora, une pesquisadores de várias especialidades e interesses. [...]

A biogeografia evolutiva inclui um conjunto aparentemente diverso de técnicas, métodos e teoria, o que pode passar a impressão de confusão ou incerteza. [...]

A panbiogeografia representa o desafio à falta de conexão histórica entre biogeografia e teora evolutiva. Esta disciplina foi desenvolvida e inicialmente implementada por Léon Croizat opondo-se a um contexto de conceitos críticos enraizados na história da ciência. É a única síntese biológica desde a proposta da teoria da evolução de Darwin que abarcou e integrou explicitamente todas as principais dimensões e inter-relações da evolução (espaço, tempo e forma), além de gerar modelos teóricos de como a evolução biológica ocorre em seus aspectos histórico, temporal, especial e ecológico.

Fonte: Grehan, J. R. 2010. In: Carvalho, C. J. B. & Almeida, E. A. B., orgs. Biogeografia da América do Sul: Padrões & processos. SP, Roca.

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