30 março 2016

Un dia foi cavalgar

Pero da Ponte

   Un dia foi cavalgar
de Burgos contra Carrion
e saiu-m’a convidar
no caminh’un infançon,
   e tanto me convidou
   que ouvi logo a jantar
   con el, mal que mi pesou.

   U m’eu de Burgos parti,
log’a Deus m’encomendei,
e log’a el proug’assi
que un infançon achei,
   e tanto me convidou
   que ouvi-a jantar logu’i
   com el, mal que mi pesou.

   E se eu de corazon
roguei Deus, baratei ben,
ca en pouca de sazon
áque-m’un infançon ven,
   e tanto me convidou
   que ouvi-a jantar enton
   com el, mal que mi pesou.

   E nunca (ja) assi comerei
com’entom con el comi,
mais u eu con el topei
quisera-m’ir e el i
   atanto me convidou
   que sen meu grado jantei
   com el, mal que mi pesou.

Fonte: Vasconcelos, CM. 2004 [1904]. Glosas marginais ao cancioneiro medieval português de Carolina Michaëlis de Vasconcelos. Coimbra, Acta Universitatis Conimbrigensis. Poema datado de meados do século 13.

28 março 2016

Amores de uma criança

Mendes Leal

Amores d’uma criança
São amores infantis:
Ama o verde cor da esp’rança,
Dos amenos alcantis.
Revê-se alegre nas flores,
Sem pesares, sem temores,
Que são elas seus amores,
Os seus brincos juvenis!

Das águas ama a corrente,
Que no campo vem cair;
Ama a linfa transparente,
Mira-se n’ela a sorrir.
E no sorriso inocente,
Sisma e procura na mente
A causa de quanto sente
Sem pode-la definir!

Ama as aves na ramagem,
Alegremente a trinar;
Ama os salgueiros na margem
Na margem do verde mar.
Ama a vaga que espumando,
Quando a praia vem beijando
Como que diz sussurrando
De Deus o santo falar.

Ama as luzentes estrelas
No firmamento a brilhar,
Lindas, lindas todas elas,
Todas elas de encantar.
Ama o celeste anilado
Em que se vê retratado
Do Eterno o poder sagrado,
Que devemos respeitar!

Ama a palidez da lua,
Dá-lhe um vago e doce enleio,
Vendo o astro que fluctua
Sente incógnito recreio.
E sisma a todo o momento,
No seu curto entendimento,
Como pode o firmamento
Sustentá-la no seu seio.

Ama tudo o que é beleza,
Quer da terra quer dos céus,
Ama toda a natureza,
Ama o seu e nosso Deus;
Ama a doce melodia,
Ama a noite como o dia,
Ama instinctiva a poesia,
Que ela tem nos beijos seus!

Fonte (última estrofe): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª edição. BH, Editora Bernardo Álvares. Poema publicado em livro em 1859.

26 março 2016

Ver

Antonio Carlos Secchin

O dia. Arcos da manhã
em nuvem. Riscos de luz
como vidros arriados.

O claro. A praia armada
entre a sintaxe do verde.

Áreas do ar. Aves
navegando as lajes
do azul.

Fonte: Hollanda, H. B., org. 2001 [1976]. 26 poetas hoje, 4ª edição. RJ, Aeroplano.

25 março 2016

Johan Cruyff (1947-2016)


Camisa de jogo usada por Johan Cruyff [Hendrik Johannes Cruijff], integrante da seleção holandesa, na Copa do Mundo de 1974, talvez a mais surpreendente, impressionante e divertida seleção de futebol de todos os tempos.

Fonte da foto: Old Football Shirts.

24 março 2016

A infecção fatal do cérebro

Bernard Dixon

Certa vez, um grupo de neurologistas especulou que o crescimento do Partido Nazista foi em parte devido a uma infecção do cérebro que causava extremas perturbações psiquiátricas, inclusive violência patológica. A doença citada era encefalite letárgica e, afora qualquer papel que possa ter tido no caso de Hitler, permanece até hoje como uma das doenças mais bizarras já conhecidas.

Embora seja possível que a encefalite letárgica tenha surgido também na China, ela foi relatada pela primeira vez em Viena, durante o inverno de 1916-17, tornando-se logo uma epidemia mundial. Espalhando-se pela Europa e América, a doença imperou durante dez anos, atingindo cinco milhões de pessoas e matando meio milhão antes de desaparecer, em 1927, tão súbita e misteriosamente quanto chegara.

Até mesmo os primeiros sintomas da doença eram muito mais variáveis que a sonolência e estupor que lhe deram seu nome mais conhecido, a doença do sono. (A doença do sono africana, tripanossomíase, não tem relação alguma com a doença encefalítica.) Além de dor de cabeça e febre, as vítimas da encefalite letárgica sofriam de espasmos musculares, ataques, dificuldade na deglutição e movimentos incontroláveis dos olhos. Adolescentes e crianças eram os mais visados: alguns se tornavam psicóticos, comportando-se com uma destrutividade maníaca que, em poucos casos, redundava em assassinato. Mesmo depois de aparentemente recuperadas, muitas pessoas continuavam sendo afligidas por movimentos involuntários e comportamentos compulsivos – traços da Síndrome de Parkinson, só que muito mais extremados do que os tipicamente percebidos.
[...]

Fonte: Leigh, J. & Savold, D., orgs. 1991 [1988]. O dia em que o raio correu atrás da dona-de-casa... e outros mistérios da ciência. SP, Nobel.

22 março 2016

Veneza


Konrad [Vilhelm] Mägi (1878-1925). Veneetsia (Kanal Veneetsias). 1922-23.

Fonte da foto: Wikipedia.

20 março 2016

A matilha

Teófilo Dias

Pendente a língua rubra, os sentidos atentos,
Inquieta, rastejando os vestígios sangrentos,
A matilha feroz persegue enfurecida,
Alucinadamente, a presa malferida.

Um, afitando o olhar, sonda a escura folhagem;
Outro consulta o vento; outro sorve a bafagem,
O fresco, vivo odor, cálido e penetrante,
Que na rápida fuga a vítima arquejante
Vai deixando no ar, pérfido e traiçoeiro;
Todos, num turbilhão fantástico, ligeiro,
Ora, em vórtice, aqui se agrupam, rodam, giram.
E, cheios de furor frenético, respiram;
Ora cegos de raiva, afastados, dispersos,
Arrojam-se a correr. Vão por trilhos diversos,
Esbraseando o olhar, dilatando as narinas.
Transpõem num momento os vales e as colinas,
Sobem aos alcantis, descem pelas encostas,
Recruzam-se febris em direções opostas,
Té que da presa, enfim, nos músculos cansados
Cravam, com avidez, os dentes afiados...

Não de outro modo, – assim meus sôfregos desejos,
Em matilha voraz de alucinados beijos,
Percorrem-te o primor das langorosas linhas,
As curvas juvenis, onde a volúpia aninhas,
Frescas ondulações de formas florescentes
Que o teu contorno imprime às roupas eloquentes;
O dorso aveludado, elétrico, felino,
Que poreja um vapor aromático e fino;
O cabelo revolto em anéis perfumados,
Em fofos turbilhões, elásticos, pesados;
As fibras sutis dos lindos braços brancos,
Feitos para apertar em nervosos arrancos;
A exata correção das azuladas veias
Que palpitam, de fogo intumescidas, cheias...
– Tudo a matilha audaz perlustra, corre, aspira,
Sonda, esquadrinha, explora e anelante respira,
Até que, finalmente, embriagada e louca,
Vai encontrar a presa – o gozo – em tua boca.

Fonte (versos 19-20): Bosi, A. 2013. História concisa da literatura brasileira, 49ª edição. SP, Cultrix. Poema publicado em livro em 1882.

18 março 2016

In memory of myself

Paul Auster

Simply to have stopped.

As if I could begin
where my voice has stopped, myself
the sound of a word

I cannot speak.

So much silence
to be brought to life
in this pensive flesh, the beating
drum of words
within, so many words

lost in the wide world
within me, and thereby to have known
that in spite of myself.

I am here.

As if this were the world.

Fonte: Pinto, J. N. 2002. Solos do silêncio, 3ª edição. SP, Geração Editorial. Poema publicado em livro em 1980.

16 março 2016

A pulga e a tartaruga

Stoyan Mihaylovski

Um dia a velha pulga, gorducha,
a tartaruga vê
e por troça lhe pergunta:

“Dessa concha de osso.
quando te libertarás?
Pensas não sair jamais
dessa toca negra
onde estás prisioneira?

Por que suportas ainda,
tão longa escravidão, semelhante desonra?
Olha a minha moradia
naquele belo palácio
de fúlgido esplendor...
Nós lá vivemos, naquele...
Isto é, eu vivo nele,
e o patrão é
um magnata estatal...”.

Responde o animal:
“Do meu destino não lamento.
Vivo numa pobre casa, é verdade,
mas livre e contente,
e nela sou patrão!”.

Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM.

14 março 2016

Sobre o fascismo

Ernest Mandel

1.
A história do fascismo é simultaneamente a história da análise teórica do fascismo. A simultaneidade de aparição de um fenómeno social e das tentativas feitas para o compreender é mais evidente no caso do fascismo do que em qualquer outro exemplo da história moderna.
[...]

2.
A teoria do fascismo de Trotsky é o produto do método marxista de análise da sociedade. [...]

3.
A teoria do fascismo de Trotsky é formada por uma unidade de seis elementos; no interior desta unidade cada elemento possui uma certa autonomia e uma evolução determinada em virtude das suas contradições internas: mas a unidade só pode ser compreendida como uma totalidade fechada e dinâmica na qual esses elementos, não isoladamente mas na sua intrínseca conexão recíproca, podem explicar o ascenso, a vitória e a queda da ditadura fascista.

a) O ascenso do fascismo é a expressão da grave crise social do capitalismo decadente, uma crise estrutural que pode coincidir – como nos anos 1929-1933 – com uma crise econômica clássica de sobreprodução, mas que é muito mais ampla do que uma simples flutuação de conjuntura. [...]

b) Na época do imperialismo e do movimento operário contemporâneo, historicamente desenvolvimento, a burguesia exerce o seu domínio político do modo mais vantajoso, isto é, com o mínimo de custos através da democracia parlamentar burguesa. [...]

c) Nas condições do capitalismo industrial monopolista contemporâneo e dada a imensa desproporção numérica entre os trabalhadores assalariados e os grandes capitalistas, uma tão grande centralização do poder de Estado, que implica além disso a destruição da maior parte das conquistas do movimento operário contemporâneo (em particular de todos “os gérmens de democracia proletária no quadro da democracia burguesa, que são as organização de massa do movimento operário”, segundo a correcta definição de Trotsky), é praticamente irrealizável por meios puramente técnicos. [...]

d) Um tal movimento de massas apenas pode ser construído na base da pequena-burguesia, a terceira classe social do capitalismo, que se encontra entre o proletariado e a burguesia. Se esta pequena-burguesia é atingida duramente pela crise estrutural do capitalismo decadente (inflação, falência das pequenas empresas, desemprego maciço de diplomados, técnicos e desempregados das categorias superiores), de modo a cair no desespero, surgirá, pelo menos numa parte dessa classe, um movimento tipicamente pequeno-burguês feito de reminiscências ideológicas e rancor psicológico, que alia a um nacionalismo extremo e a uma demagogia anticapitalista violenta, pelo menos em palavras, um profundo ódio em relação ao movimento operário organizado (“abaixo o marxismo”, “abaixo o comunismo”). [...]

e) Para que a ditadura fascista possa cumprir a sua função histórica, o movimento operário tem de ser previamente derrotado e esmagado; mas isto só é possível se antes da tomada do poder, o equilíbrio se deslocar a favor dos bandos fascistas e em detrimento da classe operária. [...]

f) Se o fascismo conseguir “esmagar o movimento operário sob as suas investidas”, terá cumprido o seu dever do ponto de vista do capitalismo monopolista; o seu movimento de massas acaba por burocratizar-se e é em grande parte absorvido pelo aparelho de Estado burguês; isto é possível apenas na medida em que as formas extremas de demagogia plebeia pequeno-buguesa, presentes nos “objectivos do movimento”, desapareçam e acabem por ser apagadas pela ideologia oficial.
[...]

Fonte: Mandel, E. 1976 [1969]. Sobre o fascismo. Lisboa, Antídoto.

13 março 2016

Cento e treze meses no ar

F. Ponce de León

Nesse sábado, 12/3, o Poesia contra a guerra completou 113 meses no ar. Ao longo desse período, e até o fim do expediente de sexta-feira, o contador instalado no blogue registrou 288.517 visitas.

Desde o balanço anterior – Cento e doze meses no ar – foram publicados aqui pela primeira vez textos dos seguintes autores: Camara Laye, Domingos Carvalho da Silva, Isaac Asimov, Joelma Santana Siqueira, Medeiros e Albuquerque, Ricardo Lourenço de Oliveira e Rotraut A. G. B. Consoli. Além de alguns outros que já haviam sido publicados em meses anteriores.

Cabe ainda registrar a publicação de imagens de obras dos seguintes pintores: Emil Nolde e Matthias Grünewald.

10 março 2016

O escárnio de Cristo


Matthias [Gothart Nithart] Grünewald (c. 1475-1528). Die Verspottung Christi. 1503.

Fonte da foto: Wikipedia.

08 março 2016

Cromossomos e divisão celular

Isaac Asimov

Durante o processo de divisão celular, a cromatina se ajunta em pares de filamentos chamados cromossomos. Como esses filamentos desempenham papel essencial na divisão celular, o processo foi denominado mitose, da palavra grega que significa fio. No momento mais importante, justamente antes de a célula realmente dividir-se, os pares de cromossomos se separam. Um dos componentes vai para um lado da célula em divisão e o outro componente do par vai para o lado oposto. Quando a divisão termina, cada célula nova terá igual número de cromossomos.

Explicado dessa maneira parecerá que cada nova célula terá somente metade do número original de cromossomos. Isso, porém, não acontece: antes da separação dos cromossomos, cada um forma uma réplica de si mesmo (o processo é chamado duplicação). É somente depois dessa duplicação que a célula se divide. Cada nova célula terá, consequentemente, um conjunto completo de pares de cromossomos, conjunto esse idêntico ao que possuía a célula original. Cada nova célula estará pronta para se dividir, no momento em que se repetir o processo de duplicação seguido pela separação dos componentes de cada par.

Uma vez que os cromossomos são tão cuidadosamente conservados na divisão celular e tão cuidadosamente distribuídos entre as novas células, é fácil admitir que são eles que, de uma certa maneira, governam as características e funções das células. Se as células filhas possuem todas as habilidades da célula mãe, é porque elas possuem ou os cromossomos originais do progenitor ou réplicas exatas desses cromossomos.
[...]

Isso é válido para os seres humanos, por exemplo, que começam suas vidas como um óvulo fertilizado, proveniente da união de um óvulo materno com um espermatozoide paterno. O óvulo é a maior célula produzida pelo corpo humano. Apesar disso, seu diâmetro é aproximadamente 0,2 mm, mal podendo ser visto a olho nu.

Numa certa parte desse pequeno corpúsculo estão presentes todos os fatores que representam a contribuição da mãe às características herdadas pela criança. A maior parte do material do óvulo, porém, é alimento, substância inerte, que não é viva. Só o núcleo do óvulo, um corpúsculo realmente minúsculo, é que é a verdadeira parte viva; é ele que carrega os fatores genéticos.

Fonte: Asimov, I. s/d [1962]. O código genético. SP, Cultrix.

06 março 2016

Variação I

Ana Hatherly

a manhã acontece quando no movimento aparente da sucessão
dos dias e das noites a terra de súbito ilumina o sol não
tão de súbito porém que o dia acontece lentamente acontece
tudo lentamente porém só de súbito se torna real e súbito
é tudo o que foi lentamente acontecendo até ao momento de
explodir em realidade súbita de súbito é manhã como de súbito
brota uma fonte e tão subitamente intermitente como o dia
a fonte é uma súbita intermitência fenómeno que se explica
pelo principio do vaso de tântalo e toda a magia de uma
fonte resulta do súbito escoamento do ramo maior de um
sistema de comunicantes cujo sifão escorvado permite a
passagem do formoso líquido de um vaso para outro existente
pelo seu fluir e origem da origem fluente e como leonor
é um produto da sucessão dos dias e das noites e do facto
de erguer-se de seu leito onde esteve intermitente durante
a noite escura e subitamente irrompe a fonte o dia e leonor
poisa o pé no chão frio vaso onde nasce a verdura e na ponta
de seus dedos estremecem os filamentos das nervuras das
folhas e leonor treme e seus nervos estremecem até ao registo
das sensações e a mensagem da verdura está na origem de
seus nervos motores transmitirem ordens por seu corpo
e os belos músculos flectem em sua perna para trás
em sua coxa para cima em seu ventre para dentro
em seus ombros para diante e em sua cabeça para baixo
e os músculos orbiculares recebem a mensagem da verdura
e quase cerram as suas belas pálpebras
e sua pupila se contrai e um arrepio
em seus seios endurece a rosada floração de seus mamilos
e tudo isto acontece na intermitência do mecanismo da
sensibilidade só
porque é manhã e surge o dia
e brotam as fontes e há verdura

Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1970.

04 março 2016

Tempestade

Medeiros e Albuquerque

Andam por certo na floresta escura
sátiros ébrios sacudindo os troncos...
Há pavorosos e terríveis roncos
na goela estéril da montanha dura...

Chove... Desabam catadupas brutas
no dorso negro e funeral da terra...
Chispas rebrilham de medonhas lutas
de mil titãs em temerosa guerra...

A luz estende pelo ar funéreas
mortalhas brancas de esmaiada tinta;
dos astros louros e gentis – extinta,
não brilha a chama nas soidões etéreas.

O mar... o mar alucinado, doudo,
urra, empolando os vagalhões irados,
que sobre as praias arremessa a rodo,
com lastimosos, com plangentes brados...

E há quem agora a tiritar, medroso,
trema e, de prantos rorejando a prece,
a Deus implore que a bonança apresse,
que se desfaça o temporal iroso!

Oh! não!... Há sempre sob o firmamento
muito rugido! muita dor profunda!
Ninguém abafa o perenal lamento
que em vão de prantos a miséria inunda!

Tu, pois, Tormenta – p’ra que enfim acabe
da Dor o negro pesadelo infando –
vê se, em teus braços colossais o alçando,
fazes que o Cosmos com fragor desabe!

Vê se do Nada à solidão sombria
arrojas tudo com furor insano!
– Bem pode ser que na amplidão vazia
então se apague o sofrimento humano...

Fonte: Martins, W. 1977. História da inteligência brasileira, vol. 5. SP, Cultrix & Edusp. Poema – com a dedicatória ‘A Guimarães Passos’ – publicado em livro em 1889.

02 março 2016

Jardim de flores


Emil Nolde (1867-1956). Blumengarten (ohne Figur). 1908.

Fonte da foto: Wikipedia.

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