29 abril 2014

Camões dirige-se aos seus contemporâneos

Jorge de Sena

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1963.

27 abril 2014

Apoteose da guerra


Vasily [Vasilyevich] Vereshchagin (1842-1904). Apofeoz voyny. 1871.

Fonte da foto: Wikipedia.

25 abril 2014

Um sonho molhado

Robin Baker

[...]
Para um em cada cinco homens, o primeiro orgasmo ocorre espontaneamente. Na maioria das vezes, essa primeira ocorrência é uma polução noturna, mas para alguns pobres meninos a ejaculação acontece em lugar público. Geralmente, isso se deve a um estímulo subliminar (como ver um filme, subir numa árvore) ou a um momento de profundo estresse (ler na frente da turma). Porém, depois de umas poucas vezes, quase todas as ejaculações espontâneas acontecem em particular, à noite, quando estão dormindo – na forma de polução noturna. Em algum momento da vida, 80% dos homens passam por esse evento noturno. [...]

Uma polução noturna pode ocorrer em qualquer momento da vida, mas é mais comum [da] adolescência aos vinte e poucos anos, geralmente após longos períodos de abstinência de relações sexuais ou de masturbação. Mas é somente na adolescência que ela ocorre com freqüência suficiente para ser tomada como uma substituta direta de outras formas de ejaculação. [...]

[...] Mais tarde, acontecem muito raramente [...]. Dos vinte e cinco anos, mais ou menos, para a frente, mesmo que um homem deixe de ejacular através da masturbação ou de relações sexuais por vários dias e até semanas, pode ser que não ocorram poluções noturnas. Ele vai continuar tendo ereções noturnas durante o sono REM (do tipo mais profundo) e nos sonhos, mas o corpo parece inibir a ejaculação.
[...]

Os seres humanos não são, de maneira alguma, as únicas espécies que ejaculam espontaneamente. Ratos, gatos e provavelmente a maioria dos mamíferos volta e meia irão ejacular durante o sono, especialmente na época da puberdade. [...]

Fonte: Baker, R. 1997. Guerra de esperma. RJ, Record.

23 abril 2014

Fars


Foi há tanto tempo e entre amores
decisivos
cataclismas
criações confinamentos jaulas
aeronaves
trens.
Foi antes das exposições de motivos.
Houve uma época
tão descansada em que
desde que se tivesse
uma janela em movimento
ele era imagem
deslizando ante folhas.
Se estendia embaixo de árvores
entrava em corredores
saía de portas.
Na areia ele era
as manhãs do desejo mais difuso.
Quando havia cinza no mar
era ele que estava
(de suéter)
na antepenumbra molhada.
Quando era noite
ele era quase raiva, na espera.
Doce e nu, sentado no banquete
numa horta de alfaces
sonhei com ele esta noite.

Fonte: Hollanda, H. B., org. 2001 [1976]. 26 poetas hoje, 4ª edição. RJ, Aeroplano.

21 abril 2014

Embarque para Citera

Emiliano Perneta

De resto, quanto a mim, a mais doce quimera
É sempre essa ilusão de uma nova paisagem,
E por isso também, por isso quem me dera
Que a minha vida fosse uma grande viagem.

Quem me dera poder, à tarde, quando a aragem
Sopra ríspida, entrar na primeira galera,
E errando sobre o mar, ó rude marinhagem,
No outono, estar aqui, e ali, na primavera!

Quando o encanto, porém, sorri, quando me vejo,
Ora num coração, ora noutro, que esteve
A palpitar por mim de orgulho e de desejo;

Ah! quando vibro assim! É melhor, na verdade,
Que se andasse no mar numa trirreme leve,
De prazer em prazer, de cidade em cidade...

Fonte: Ricieri, F., org. 2008. Antologia da poesia simbolista e decadente brasileira. SP, Ibep. Poema publicado em livro em 1911.

19 abril 2014

Para...

Alexander Pushkin

Lembro-me daquele maravilhoso momento
Em que apareceste na minha frente
Qual visão fugaz,
Espírito de beleza pura.

Quando me consumia a melancolia,
Entre as ansiedades do mundo inquieto,
Tua meiga voz ecoou longamente
Na minha mente
E sonhei com tuas feições amadas.

Passaram-se os anos,
As rajadas turbulentas da tempestade
Dispersaram os sonhos de outrora
E esqueci tua meiga voz,
Tuas feições celestiais.

Num ponto remoto da terra,
Na escuridão do exílio,
Meus dias se arrastaram vagarosamente,
Sem lágrimas, sem vida, sem amor.

Veio o despertar à minha alma,
Apareceste de novo,
Qual visão fugaz,
Espírito de beleza pura.

Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. O poema original – com uma sexta e última estrofe – foi publicado em 1827.

17 abril 2014

Procissão religiosa


Ilya [Yefimovich] Repin (1844-1930). Krestnyy khod v Kurskoy gubernii. 1883.

Fonte da foto: Wikipedia.

15 abril 2014

Canto da insubmissão

Bueno de Rivera

Eu, que sou pedra e montanha, sangue e oeste,
negro poço do tempo e da memória,
mãos sujas no labor do subsolo,
apenas vos ofereço o choro vivo
dos homens solitários.

Somos os filhos da noite mineral, os frutos
sem planície e sem sol, ignorados
trabalhadores das minas tenebrosas.
Marinheiros do abismo
sem estrela e âncoras.
Caras de carvão, flores da treva, lírios
de luto brotando num jardim de turfas.

Homens duros e amargos, oriundos
de solidões calcáreas, escondemos
nosso protesto na ironia indócil,
não cortante como lâmina, mas pungente
como anedota de loucos, confissões
de bêbedo, música de cego.

É estranho esse modo de ferir, pedindo
desculpas. Amigos, perdoai-nos,
amigos, crede em nós, os homens tristes!
Sob a face solene
há coração sangrando
por nós, por vós.

Um grito de mãe na tempestade, um morto
não identificado, uma janela
na noite do hospital, um pé descalço,
a tecelã tossindo
sob a rosa de seda, ou uma bandeira
no enterro do operário, todo o drama
nos fere, nos afoga
em fundas cogitações e paralelos.
A angústia do povo acende o lume
de nossos poemas solidários.

No entanto, os amigos aconselham: “Ó ingênuos,
por que esse agitar de braços como flâmulas?
Na tarde do bar, entre os espelhos,
há poetas cantando a vida amena.
Alegrai também o vosso canto, erguei louvores
à farândula dos mitos!”

Impossível, embora
eu saiba que há magnólias sob a lua,
lotações de sereias, luminosas
vivendas na praia, entre piano e beijos,
autos deslizando, peixes lúcidos
no mar do tráfego,
e pernas oleosas, mãos em brinde
no espelho do champanhe, o baile, o sonho.
Impossível, pois sei também que existem
soluços e revoltas,
lírios no charco, luta de afogados
contra as marés, o monopólio e a morte.
E isso me comove. Mais que o fogo
isso me queima e me ilumina. Eu sofro
o mundo desigual, a vida em pânico!

Eu, que sou pedra e montanha, sangue e oeste,
negro poço do tempo e da memória,
só vos posso este sombrio
canto, denso e amargo
oceano de enigmas, doloroso
rio subterrâneo.

Fonte: Rivera, B. 2003. Melhores poemas de Bueno de Rivera. SP, Global. Poema publicado em livro em 1948.

14 abril 2014

Sete anos e meio no ar

F. Ponce de León

No último sábado, 12/4, o Poesia contra a guerra completou sete anos e meio no ar. Ao longo desse período, o contador instalado no blogue registrou 240.750 visitas.

Desde o balanço anterior – Oitenta e nove meses no ar – foram aqui publicados pela primeira vez textos dos seguintes autores: David C. Murdoch, Fernando Py, J. A. Artze, John D. Barrow, Lawrence L. McNitt, Manuel de Araújo Porto-Alegre, Manuel Leote Esquível, Marilena Chaui e Newton Freire-Maia. Além de alguns outros que já haviam sido publicados em meses anteriores.

Cabe ainda registrar a publicação de imagens de obras dos seguintes pintores: Edgar Maxence, José Mongrell i Torrent e Pieter Aertsen.

12 abril 2014

Modelos determinísticos

Lawrence L. McNitt

Em simulação, os modelos podem ser determinísticos ou probabilísticos. Um modelo probabilístico pode assumir um ou mais estados para cada conjunto de dados, já um determinístico assume somente um estado para um certo conjunto de dados.

Os determinísticos são mais facilmente analisados, já que somente um ajuste é necessário para cada conjunto de dados. [...]

Um objetivo da simulação é verificar o comportamento do modelo e usar os resultados para fazer previsões; um outro objetivo é determinar o conjunto de dados que otimiza algum resultado. Algumas simulações têm o propósito de observar a interação de duas ou mais variáveis com o tempo, sendo possível que uma cresça enquanto outra decresce ou que se mantenha sempre atrás da outra. Essa interação é evidente nos sistemas biológicos onde algumas formas de vida competem pelos mesmos recursos. Parasitas e colônias podem ser dependentes, pois uma espécie depende de outra para sobreviver.

Um modelo predador-presa

Modelos tipo predador-presa são exemplos de simulação usados para observar a interação de variáveis, representando os aspectos mais simples dos sistemas biológicos. Um único modelo envolve lobos, coelhos e comida para os coelhos.  Os lobos se alimentam basicamente de coelhos, que se alimentam de plantas.

As plantas, os coelhos e os lobos aumentam em taxas especificadas. Há um limite superior para a quantidade de plantas que podem ser comidas. A população de coelhos diminui devido à fome e aos lobos. A população de lobos diminui pela fome se não houver coelhos suficientes.

Seja F a quantidade de plantas, R o número de coelhos e W o número de lobos. O coeficiente C1 dá o fator de crescimento das plantas, C2 o número de unidades de plantas comidas por coelhos, C3 o fator de crescimento da população de coelhos por período, C4 o número de coelhos consumidos por lobo e C5 o fator de crescimento da população de lobos.

A fórmula

F = C1 x F – C2 x R

dá o novo suprimento de comida para os coelhos, que não pode exceder um limite superior especificado ou ser menor que um outro limite inferior, também especificado. A fórmula

R = C3 x R – C4 x W

dá o tamanho da população de coelhos, incluindo o crescimento normal e a perda para os lobos. Se não houver comida suficiente para os coelhos, a população diminuirá devido à fome. A fórmula

W = C5 x W

dá o crescimento normal da população de lobos. Se não houver coelhos suficientes, a população de lobos diminuirá devido à fome.

Os coeficientes das equações podem ser estimados [por meio de] dados de campo. O modelo necessita de condições iniciais que também podem ser proveniente da experiência com o estudo de uma população real. Uma parte importante do processo é a validação do modelo matemático, que envolve determinar se o modelo se comporta de maneira análoga ao sistema biológico.

O modelo é uma simplificação do sistema real e nem sempre se comportará exatamente como ele, pois muitas variáveis potenciais não foram consideradas. O analista deve ser cuidadoso ao interpretar os resultados.
[...]

Fonte: McNitt, L. L. 1985. Simulação em basic. RJ, LTC.

10 abril 2014

Um pastor

Manuel de Araújo Porto-Alegre

Toca a hora; silêncio! A hora soa
Em que o globo inflamado,
Que o dia à terra mostra,
Do etéreo oceano ao fundo rola,
E das celestes vagas já levanta
As gotas luminosas que borrifam
O vasto firmamento!
Salve, estrelante noite,
Que do berço da aurora ressurgindo
De um manto adamantino te apavonas
Nas cerúleas campinas!
Vagai na imensidade, ardentes círios,
Que só a imensidade ora me encanta.
Mesquinha à mente a terra me parece.
Místicos sonhos, célica harmonia,
Adejai vossas asas,
Ressoai no infinito;
Sombras de amor, passai, passai ligeiras,
Dançai, e repeti em muda língua
O Nome que idolatro.

Como rápida a mente rola e paira
Sobre o mar do silêncio!
Como brilha nas trevas
Do insólito esplendor o simulacro
Que da imaginação ardido surge
Em ideais eflúvios,
E mágico volteja, vai-se, e volta!
Mãe da contemplação, da paz, ó noite!
Ah! quão ditoso sinto o movimento
Que o coração agita a par dos quadros
Que desenrola a mão de alma saudade!
Do porvir áureos paços me franqueias,
Que o cinzel da esperança, a fantasia
Com místico artifício adorna, e doura!
Doce esperança, espectro luminoso,
Coroado de estrelas caroáveis,
Tu no peito me escreves
O nome que idolatro.

Tua imagem só vejo em toda parte:
Do límpido regato a nívea espuma
Na corrente descreve em alvas letras
Sobre um fundo de azul teu caro nome.
Dulçoroso murmúrio é o teu sorriso,
E o teu olhar um raio de ventura.
A flor que cede ao zéfiro, e balança,
Retrata o teu donaire gracioso;
E o perfume que exalam suas pétalas
Teus ditos inocentes assemelha.
A saudosa elegia
Que entoa o rouxinol entre mil flores,
É o hino de ternura da tua alma!
Tua imagem, anteposta à Natureza,
Diviniza, embalsama-me a existência.
Do rio a crespa vaga que desliza,
Minha doce esperança representa,
Correndo de hora em hora ’té que chegue
Ao mar delicioso, em que vogando
Solte as velas da vida, e feliz frua
De teus lábios o hálito de rosas;
E abraçado me entregues...
Cessai, sonhos de amor! vinde a meus lábios
Em suspiros morrer misteriosos.
Fere, lira amorosa,
Entoa co’o meu canto em puro acordo
O nome que idolatro.

Invoquei, minha bela, a eternidade;
Entre os Anjos pairar almejo agora.
Meu amor já desdenha a terra nossa;
Só posso refrescar a calma intensa
Entre os lúcidos astros,
Eflúvios, que levanta do universo
A eviterna torrente.
A noite eu invoquei, para nas trevas
Do silêncio ocultar as divas cenas,
Que veemente paixão me volve n’alma.
Amor eu invoquei, silfos sidéreos,
Diáfanas visões, que em ronda aérea
Me envolvem de almos sonhos.
Invoquei-te, esperança, a ti me volvo,
Ente misterioso, já que longe...
Mas que digo?! jamais longe não podes
Viver do teu amante.
Mais próxima que a luz e ar que respiro,
Eu te guardo no adito de minha alma!
Invoco ora saudoso
O Anjo consolador, Anjo do vate,
Que desdobra em minha alma as asas ígneas
Para escrever no céu entre as estrelas
O nome que idolatro.

Fonte (última estrofe): Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira, vol. 2. SP, Cultrix & Edusp. O trecho acima – publicado com os dizeres ‘(cantando e tecendo uma coroa de rosas)’ – corresponde a um dos cantos que integram um poema mais extenso, intitulado ‘A voz da Natureza’ e publicado em livro em 1863.

08 abril 2014

A origem do universo

John D. Barrow

Vivemos no apogeu do universo, muito tempo depois de a maioria dos acontecimentos emocionantes [ter] acontecido. Olhe o céu numa noite estrelada e verá, no máximo, alguns milhares de estrelas, a maior parte cavalgando a escuridão numa enorme faixa que chamamos Via Láctea. Isto é tudo o que os antigos sabiam do universo. Aos poucos, com o desenvolvimento dos telescópios de grande porte e resolução, um universo, de uma vastidão inimaginável, começou a se revelar. Uma multidão de estrelas reunidas naquelas ilhas de luz a que chamamos galáxias. Mas, por toda parte, entre as galáxias, existe um mar gelado de microondas, o ‘eco’ da grande explosão de uns 15 bilhões de anos atrás. Tempo, espaço e matéria chamam a atenção para suas origens num evento explosivo de onde emergiu o universo atual num estado de expansão total, lentamente se resfriando e continuamente se rarefazendo.
[...]

Fonte: Barrow, J. D. 1995. A origem do universo. RJ, Rocco.

06 abril 2014

Frutas e legumes


Pieter Aertsen (1508-1575). Frukt och grönsakshandel [sv]. 1569.

Fonte da foto: Wikipedia.

04 abril 2014

Elegia a uma rua

Arturo Torres Rioseco

– Por onde foi que a levaram?
– Por aqui, por esta rua.
– A rua está bem mudada.
– A rua é a mesma, não muda.

– Os que a levaram, acaso
Se lembrarão dessa tarde?
– Aqueles que iam com ela
Sumiram-se ao fim da estrada.

– Mil novecentos e treze!
Chovia naquela tarde...
– Vinte anos faz que na rua
Chuva de tempo desaba.

– Dizes que se foram todos
Os que lhe queriam bem?
– Hoje só restam os filhos,
Ora amigos de ninguém.

Mas este é o mesmo sol, e estas
As mesmas cornijas e árvores,
E nestes mesmos telhados
Cantam hoje os mesmos pássaros.

– Sim, tudo é o mesmo, no entanto
Minh’alma estranha o que sente,
A rua vejo que é a mesma,
O ar porém é diferente.

A tarde era um cobre novo
Saturado de laranjas.
Chorava pelas janelas
Aquela dor de quinze anos.

Foi por aqui que a levaram,
Por esta rua passaram.

Fonte: Bandeira, M. 2007. Estrela da vida inteira. RJ, Nova Fronteira.

02 abril 2014

Coordenadas no espaço

David C. Murdoch

Seja L uma reta, O um ponto qualquer sobre L e P1 um ponto qualquer sobre L diferente de O. Supomos que o leitor esteja familiarizado com o fato de que se podem associar coordenadas aos pontos de L de modo que o ponto O, a origem, tenha coordenada 0, e o ponto P1, o ponto unitário, tenha coordenada 1. Se Px for o ponto cuja coordenada é x (assim P0 = O), existe uma correspondência biunívoca xPx entre os números reais x e os pontos de L. Se x > 0, então Px está do mesmo lado da origem que P1 e se x < 0, Px está no lado oposto a P1 em relação à origem. Se pensarmos em L horizontal e com O à esquerda de P1, então Px está à esquerda de Py se e somente se x < y. Finalmente, para x e y arbitrários, o comprimento do segmento PxPy, em função do segmento OP1, como unidade, é |yx|.
[...]

Fonte: Murdoch, D. C. 1972. Álgebra linear. RJ, LTC.

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