Poesia Contra a Guerra
A história da humanidade se confunde com a história das guerras. Deveríamos lutar para que se confundisse apenas com a história da literatura.
30 setembro 2014
28 setembro 2014
Para um vil criminoso
Adília Lopes
Fizeste-me mil maldades
e uma maldade muito
grande
que não se faz
acho que devo ter sido a
pessoa
a quem fizeste mais
maldades
nem deves ter feito a
ninguém
uma maldade tão grande
como a que me fizeste a
mim
não sei se tens remorsos
tu dizes que não tens
remorsos nenhuns
porque dizes que és um
vil criminoso
para mim
eu também sou uma vil
criminosa
mas não para ti
desconfio que tens o
remorso
de ter alguns remorsos
por me teres feito mil
maldades
e uma maldade muito
grande
a maldade muito grande
está feita
e não se faz
acho que essa maldade
muito grande
nos aproximou um do outro
em vez de nos afastar
mas para mim é um drôle
de chemin
e para ti também deve ser
mas com um vil criminoso
nunca se sabe
Fonte: Silva, A. C. &
Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em
livro em 1985. ‘Adília Lopes’ é pseudônimo de Maria José da Silva Viana Fidalgo
de Oliveira.
27 setembro 2014
Aspectos comparativos do comportamento
N. Blurton Jones
Nos últimos anos, vários
livros de divulgação, e um ou dois trabalhos sérios (por exemplo, Bowlby, 1969),
têm feito analogias entre o comportamento humano e animal. Muita controvérsia
foi gerada por estas comparações. A verdade, no entanto, deve estar em algum
ponto entre a certeza dos zoólogos, de que é possível fazer comparações
válidas, e a certeza dos sociólogos, de que não é possível fazer qualquer
comparação válida. Conseqüentemente, talvez a aplicação de estudos comparativos
ao estudo do comportamento humano possa ser avaliada, desde que se adote uma
atitude relativamente livre de comprometimento, em relação à predominância, seja
de comportamentos específicos da espécie, seja de ‘fatos sociais’ independentes
de fatos biológicos (uma discussão útil das dificuldades desta dicotomia pode
ser encontrada em Freeman [1966]). Ambrose (1968) já havia descrito um uso
diferente de estudos com animais, para fazer progredir os conceitos e a metodologia
de estudos sobre desenvolvimento de comportamento. Dados obtidos com animais
também podem ser utilizados para sugerir hipóteses acerca do comportamento, ou
para sugerir fenômenos ou mecanismos a serem investigados no homem. Uma outra
vantagem do ponto de vista comparativo, ou pelo menos do interesse nos efeitos
e no valor de sobrevivência do comportamento, que acompanha este ponto de
vista, é entender as tarefas que a máquina estudada tem a desempenhar. O
desenvolvimento do comportamento de uma criança é um assunto amplo e difícil,
um sistema enorme para analisar. No entanto, se soubermos quais as suas
funções, a tarefa de descobrir como elas são efetuadas pode ser muito mais
fácil. Freedman (1967) e Fox e Tiger (1966), entre outros, argumentam que a perspectiva
[evolutiva] tem outras contribuições importantes.
Como zoólogo, envolvido
em estudos diretos de comportamento humano (e que, nesta medida, vê as coisas
do ponto de vista do psicólogo), espero poder mostrar, através de um pequeno
estudo, os princípios subjacentes a estudos comparativos. Estes princípios nem
sempre estão claros nos livros recentes de divulgação. Investiguei um problema
particular que pode ser importante para estudos sobre o apego mãe-bebê. Devo
enfatizar que o método utilizado é inteiramente diferente do método etológico
utilizado na maioria dos outros estudos descritos neste livro.
[...]
Fonte: Blurton Jones, N. 1981 [1972]. Aspectos comparativos do contato mãe-criança. In: N. Blurton
Jones, ed. Estudos etológicos do
comportamento da criança. SP, Pioneira.
25 setembro 2014
Compromisso ético
Mauro Santayana
Éramos todos jovens e
acreditávamos que um bom jornal poderia mudar o mundo. Talvez nos visitasse
aquela convicção, registrada por Fernando Pessoa, de alguém que se senta à mesa
do café, redige um artigo de fundo para o Times,
certo de que mudaria o mundo. E não é que o mundo mudou, mesmo? – conclui o
poeta. Estou certo de que, um pouquinho que seja, mudamos o mundo, porque
mudamos um pouco a sociedade de Belo Horizonte e influímos na vida política
nacional daqueles anos.
José Maria e Euro Luís
Arantes gostavam de narrar o momento em que o jornal nasceu. Estavam os dois,
redatores do então Informador Comercial
(hoje Diário do Comércio) do exemplar
homem de imprensa que foi José Costa, na sacada da redação, assistindo a um
protesto dos estudantes contra o aumento das entradas de cinema, que acabou em
quebra-quebra. A polícia reprimia com a violência habitual os manifestantes.
“Belo Horizonte está precisando de um jornal independente” – disse um ao outro.
E nasceu o Binômio.
Companheiro de José Maria
na reportagem do Diário de Minas,
acompanhei o Binômio desde os seus primeiros
tempos, e com ele colaborei. Mais tarde, o jornal crescido, essa colaboração se
tornou mais densa, até os episódios conhecidos que levaram ao empastelamento do
jornal, uma espécie de aviso para a grande noite que sofreria o Brasil.
Daquela experiência ficou
o registro de uma teimosia ética. Não éramos, os que redigíamos o jornal,
moralistas hipócritas. Todos tínhamos os nossos humaníssimos defeitos. Mas, do
ponto de vista do interesse coletivo, rigorosa era a ética em que nos movíamos.
Se os riscos maiores cabiam a José Maria e ao Euro, sempre ameaçados de
agressão e de morte, todos nós nos sentíamos no mesmo barco e empurrados pela
mesma coragem. Era quase com certa volúpia – como a dos que amam a velocidade e
os esportes violentos – que recebíamos as ameaças e que nos preparávamos para o
provável confronto.
O jornal trouxe certo
choque à acomodada sociedade de Belo Horizonte dos anos 50. Havia coisas de que
todos sabiam, mas ninguém publicava. O semanário começou a tocar nos assuntos
proibidos, e a ganhar a simpatia da classe média e do povão. A tiragem crescia,
obrigando os editores a buscar oficinas do Rio de Janeiro – porque as que
podiam rodar o semanário na capital a isso se recusavam – a fim de acompanhar
as exigências da circulação. A força política do Binômio se revelou nas
eleições parlamentares de 1959, quando Euro Luís Arantes se elegeu deputado
estadual com a maior votação relativa já recebida no universo eleitoral de Belo
Horizonte.
A violência interrompeu a
vida do jornal. Em seguida, com o golpe militar, muitos de seus redatores
tiveram que partir para o exílio. Um deles, Fernando Gabeira, teve grande
notoriedade, ao participar da luta armada e do seqüestro do embaixador dos
Estados Unidos no Brasil. O que teria ocorrido, se não houvesse a violência e o
golpe? Talvez, com a idade, o Binômio
se tornasse um bem-comportado diário, mas é difícil imaginá-lo assim. É certo
que a sua linguagem havia se tornado mais comedida, o seu estilo mais sério, se
comparado ao dos primeiros números, quando abusava do humor escancarado. Isso
não o tornou menos temido e menos agressivo; ao contrário, como os fatos vieram
a demonstrar. Provavelmente o jornal encontraria, com o tempo, o seu ponto de
maturidade, sem que perdesse o compromisso ético de seus fundadores.
Fonte: Rabêlo, J. M.
1997. Binômio: edição histórica. BH,
Armazém de Idéias & Barlavento Grupo Editorial.
23 setembro 2014
Ilusões da vida
Francisco Otaviano
Quem passou pela vida em
branca nuvem,
E em plácido repouso
adormeceu;
Quem não sentiu o frio da
desgraça,
Quem passou pela vida e
não sofreu;
Foi espectro de homem,
não foi homem,
Só passou pela vida, não
viveu.
Fonte: Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira,
vol. 2. SP, Cultrix & Edusp. Poema publicado em livro em 1881.
21 setembro 2014
19 setembro 2014
Ao Deus desconhecido
Friedrich Nietzsche
Uma vez mais, antes de partir daqui
E de dirigir o olhar para
a frente,
Ergo solitário as mãos
Para ti, meu refúgio,
A quem, no fundo do meu
coração,
Solenemente consagro um
altar.
Para que sempre
Tua voz me chame sem
cessar.
[.. .. .. .. .. ..]
Sou teu, ainda que a
malta dos ímpios
Me considere neste
momento como um dos seus.
[.. .. .. .. .. ..]
Quero conhecer-te, ó Inconhecível.
Quero conhecer-te, ó Inconhecível.
A ti, cuja mão penetra no
fundo de minha alma.
A ti, que transformas
minha vida como uma tormenta,
A ti, Inapreensível, de
mim tão próximo!
Quero conhecer-te,
servir-te eu mesmo.
Fonte: Halévy, D. 1989 [1944]. Nietzsche: uma biografia. RJ, Campus.
17 setembro 2014
Genes e sistemas epigenéticos
Eva Jablonka & Marion J. Lamb
Antes de examinarmos a
inter-relação entre genes e sistemas epigenéticos, precisamos recapitular
algumas das considerações que tecemos nos capítulos anteriores sobre os genes e
suas atividades. A mais importante delas é que as moléculas de DNA não são
guardadas nuas dentro da célula. Elas estão associadas a muitos tipos
diferentes de proteínas e moléculas de RNA, que formam um complexo conhecido
como cromatina. Além disso, o próprio DNA pode ter alguns agrupamentos químicos
(como metilas) grudados em algumas de suas bases. Essas modificações no DNA e
nos componentes da cromatina influenciam a expressão gênica: genes inativos
costumam ter uma cromatina mais compacta do que os genes ativos ou
potencialmente ativos. Após a replicação do DNA, as marcas epigenéticas – os
radicais de metila e as partes da cromatina que não são DNA e que afetam a a
atividade do gene – são reconstruídas, a menos que a célula responda a sinais
externos ou internos que alterem seu estado funcional.
Agora é preciso
acrescentar uma coisa importante a esse quadro: as marcas epigenéticas afetam
não apenas a atividade de um gene como também a probabilidade de aquela região
passar por mudanças genéticas. Mutações, recombinações e o movimento dos genes
saltadores são todos processos influenciados pelo estado da cromatina, por isso
a probabilidade de uma mudança genética em dois trechos idênticos de DNA não é
a mesma se eles tiverem diferentes marcações de cromatina. Em geral o DNA tem
mais probabilidade de sofrer alterações em regiões em que a cromatina é menos
condensada e os genes são ativos do que em regiões de cromatina mais compacta.
Isso porque em regiões mais ativas o DNA fica mais exposto à ação de substâncias
mutagênicas e de enzimas envolvidas no reparo e na recombinação. Não é
diferente do que acontece com o seu carro, que fica mais exposto a danos
acidentais quando você sai muito com ele do que quando você o deixa na garagem
o tempo todo. Há exceções, é claro. Assim como baterias arriadas são mais
comuns em carros que ficam muito tempo parados, também alguns tipos de mudança
no DNA são mais comuns em genes inativos. Por exemplo, a base citosina (C) muda
para timina (T) com mais frequência quando está metilada do que quando não
está, e o DNA metilado em geral está associado a cromatina compacta e genes
inativos. Mesmo assim, o quadro geral [...] é que o DNA das regiões ativas
tende a mudar mais do que o dos domínios inativos.
[...]
Fonte: Jablonka, E. &
Lamb, M. L. 2010. Evolução em quatro
dimensões. SP, Companhia das Letras.
15 setembro 2014
Para compreender samambaias
Whisner Fraga
E pregos.
Raciocinar semelhanças
Desbotar empecilhos e
respirações
Naufragar ocos e
gentilezas
E inutilidades
Orgulhar alçapões de
papel
Lustrar lágrimas de
árvores
Condenar pequenezas
E imensidões
Lamber deuses de açúcar
Rastejar esperanças
Abraçar sóis e muros
Alcançar destinos
Ou iniciar trajetos
Ribombo de sistros
E depois se calar
Feito sopro de
beija-flor.
Fonte: Fraga, W. 2010. O livro da carne. RJ, 7Letras.
13 setembro 2014
O mar
Eustaquia Terceros
Meu país não tem mar.
Rodeado de brancas cordilheiras,
Vigiado pelo poderoso
Illimani,
Já não tem pulmões,
Já não tem mar.
Ó mar, ó mar!
Como é possível que esse
mar já não conheça,
Que a ele já não possa
chegar?
Onde estás, ó mar?
Irmãos da América,
Cidadãos do mundo
Como todos sabem,
Este país era igual
Ao vosso.
Era o predileto de Simão
Bolívar
Que o deixou íntegro.
Bem delimitado,
Com o seu mar.
Neste lugar nos entregou.
Agora os inimigos
chilenos,
Depois de apoderar-se,
depois de explorá-lo
Não querem mais deixá-lo.
Nosso pulmão, nosso mar.
Haverá, contudo, um dia,
Quer queiram ou não,
O mar voltará a nós.
A nosso país que já não
tem mar.
12 setembro 2014
Noventa e cinco meses no ar
F. Ponce de León
Nesta sexta-feira, 12/9, o Poesia
contra a guerra completa noventa e cinco meses (= sete anos e onze meses) no
ar. Ao longo desse período, e até o fim do expediente de ontem, o contador
instalado no blogue registrou 253.587 visitas.
Desde o balanço anterior – Sete anos e dez meses no ar – foram aqui
publicados pela primeira vez textos dos seguintes autores: Anastácio
Ayres de Penhafiel, Augusto de
Lima, George E. Goslow Jr., Jorge Nagle, Milton Hildebrand, Raul Bopp, René
Dubos, Richard Keynes, Roy M. Pritchard e Thomas Gray. Além de alguns outros que já haviam sido publicados em meses anteriores.
Cabe ainda registrar a publicação de imagens de obras dos seguintes
pintores: Charles Laval, José Agustín Arrieta e José [Jusepe] de Ribera.
10 setembro 2014
Na sala de jantar
José Agustín Arrieta (1803-1874). Cuadro de comedor. 1857-9.
Fonte da foto: Colección Andrés Blaisten.
08 setembro 2014
Uma caracterização histórica do darwinismo
Felipe A. P. L. Costa
Poucos assuntos
científicos rivalizam com a biologia evolutiva em termos do grau de interesse
que despertam entre leitores e o público em geral. Não é de estranhar,
portanto, que os holofotes da mídia estejam constantemente voltados para temas
e assuntos próprios dessa área [...]. É preocupante perceber, no entanto, que
boa parte do material produzido entre nós se caracteriza pelo tratamento
superficial, pelo sensacionalismo ou pela elevada densidade de erros e
mal-entendidos conceituais.
Tenho flagrado a
ocorrência desses problemas em uma ampla variedade de obras, incluindo
livros-textos, teses universitárias, artigos técnicos e de divulgação, além,
claro, de uma grande quantidade de matérias e artigos publicados na mídia [...].
Em uma tentativa de
organizar, equacionar e esclarecer alguns desses problemas, este artigo traça
um esboço da história do darwinismo ao longo dos últimos 150 anos. Evitei, no
entanto, indicar exemplos negativos. Ênfase é dada a três períodos históricos
mais ou menos distintos, embora aqui frouxamente delimitados: o darwinismo
primordial (1858-1889), o neodarwinismo (1892-1910) e a síntese evolutiva
(1918-1950). Autores, obras e avanços que marcaram cada período são
apresentados e resumidamente discutidos. Procurei minimizar o uso de jargão
técnico, mas, em caso de dúvida, o leitor interessado no assunto deveria
consultar algum livro-texto de biologia evolutiva [...].
[...]
06 setembro 2014
The epitaph
Thomas Gray
Here rests his head upon the lap of earth
A youth to fortune and to fame unknown.
Fair Science frowned not on his humble birth,
And Melancholy marked him for her own.
Large was his bounty, and his soul sincere,
Heaven did a recompense as largely send:
He gave to Misery all he had, a tear,
He gained from Heaven (’twas all he wished) a
friend.
No farther seek his merits to disclose,
Or draw his frailties from their dread abode,
(There they alike in trembling hope repose)
The bosom of his Father and his God.
Fonte (primeira e última
estrofe): Carpeaux, O. M. 2011. História da literatura ocidental, vol. 2. Brasília, Senado Federal. O trecho acima
corresponde às últimas três estrofes de um poema maior, ‘Elegy written in a
Country Churchyard’, publicado em livro em 1751.
05 setembro 2014
O órgão vomeronasal
Milton Hildebrand & George E. Goslow Jr.
O órgão vomeronasal foi
descrito em 1813 pelo anatomista dinamarquês L. Jacobson, mas permaneceu
intrigante durante 150 anos. Há tempo considerava-se que fosse uma parte um
tanto distinta do epitélio olfatório, sendo o motivo de sua separação indefinido.
No entanto, o órgão vomeronasal difere do órgão olfatório quanto à estrutura
fina: às moléculas às quais responde; por possuir seus próprios nervos que
terminam num bulbo adjacente ao bulbo olfatório, porém separado dele; e por
projetar-se independentemente até a amígdala e o hipotálamo neuroendócrino. Nos
mamíferos, a estimulação do órgão inicia a liberação de hormônios relacionados
com os hormônios luteinizante e prolactina, afetando essencialmente a corte, o
acasalamento, o cuidado maternal e a agressão. Serpentes, anfisbênios e muitos
lagartos possuem língua bífida, chicoteada para dentro e para fora da boca,
para cima e para baixo, tocando freqüentemente o substrato. As extremidades bem
espaçadas da língua testam o ambiente químico em diferentes pontos e emitem
independentemente seus estímulos à parte rostral da boca onde alcançam [o par
de] órgãos vomeronasais. Isso capacita o animal a localizar as margens da presa
ou de um animal co-específico e, portanto, de segui-lo ao longo de uma trilha
de odores feita por eles.
[...]
Fonte: Hildebrand, M. & Goslow, G. E., Jr. 2006.
Análise da estrutura de
vertebrados, 2ª edição. SP, Santos.
03 setembro 2014
Nostalgia panteísta
Augusto de Lima
Um dia interrogando o
níveo seio
de uma concha voltada
contra o ouvido,
um longínquo rumor, como
um gemido
ouvi plangente e de
saudades cheio.
Esse rumor tristíssimo
escutei-o;
é a música das ondas, é o
bramido,
que ela guarda por tempo
indefinido,
das solidões marinhas
donde veio.
Homem, concha exilada,
igual lamento
em ti mesmo ouvirás, se
ouvido atento
aos recessos do espírito
volveres.
É de saudade, esse
lamento humano,
de uma vida anterior,
pátrio oceano
da unidade concêntrica
dos seres.
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP,
Leya. Poema publicado em livro em 1887.
01 setembro 2014
O martírio de São Felipe
José [Jusepe] de Ribera
(1591-1652). El martirio de San Felipe. 1639.
Fonte da foto: Museo Nacional del Prado.